José Carlos Raposo

José Carlos Raposo

Um mergulho no universo Plástico

Herdando de sua Itaocara o temperamento tranqüilo e sereno,típico de cidade interiorana, nasceu em 29 de junho de 1944 um de nossos maiores artitas plásticos: JOSÉ CARLOS RAPOSO DOS SANTOS.
Simples, mas nada simplório, precisou deixar sua cidade natal para estudar na cidade grande.Terminando o curso de Educação Artística em Niterói, empregou-se na Shell, como desenhista.Gostava do que fazia, mas regras propostas não o seduziam.Queria viver livremente.

Para existir, era preciso criar.Como num grito de Esperança, criou em 1993 o grupo Aldeia da Pedra, com a finalidade de formar uma corrente em prol de ações culturais no campo de Artes. O grupo não vingou,mas a proposta serviu de embrião para se formar, em 1995, a ASSCIAÇAO ITAOCARENSE DE ARTISTAS.

No dia 06 de outubro de 1996, vítima de um derrame celebral, JOSÉ CARLOS RAPOSO falece aos 52 anos de idade. Sua obra, porém, viva e permanecerá viva enquanto existirem pessoas capazes de levar vida poeticamente.
Itaocara de antigamente. As imagens do passado são cenas reproduzidas de coração em coração, cnom todos os recursos técnicos da saudade.
Mas,saudade não há. está tudo vivo,como antigamente. Vida no que desapareceu e nunca sumiu.
As fotos,os objetos, os livro, os vídeos, enfim a fidelidade às origens.

Nada se perde, ninguém escapa, nenhum detalhe tem cheiro de mofo.
É puro perfume.Cheiro de lança.
Lança de guerreiro-índio pescando sabe-se lá o quê.

O rio está longe, logo ali, em qualquer lugar ou lugar ou lugar nenhum.
É gente que vive as margens de tantas veias.
Pele vermelha, sol, ita, sangue, ocara.
Itaocara, de novo antigamente
Nada foi ferido. Apesar de uma certa dor.
A memória está lúcida em tudo que os olhos esqueceram.
Uma de cultura. A pequena cidade se descobre, se entristece, vibra e pede perdão.Mas não há o que perdoar.
Nada parece que foi ontem. Não importa se terá identidade com o futuro.
O tempo perdeu o relógio. E isso é bom,porque só o mecanismo da emoção tem a hora certa.
Itaocara de antigamente.
A mostra de um centenário que jamais completará cem anos.
O eterno não tem idade.

JOSÉ CARLOS RAPOSO.