Nuances sobre a violência contra a mulher: uma perspectiva psicológica

MAS ELE DIZ QUE ME AMA… 😢A violência contra a mulher é um fenômeno multifacetado que ultrapassa os limites do físico e se inscreve profundamente na psique e nas estruturas sociais. Do ponto de vista da Psicologia, compreender as nuances dessa violência é essencial para um atendimento sensível, ético e eficaz. Trata-se de um problema que não apenas fere o corpo, mas também desorganiza a subjetividade, fragiliza os vínculos e impacta diretamente a saúde mental das vítimas.

Entre as formas mais sutis, mas profundamente lesivas, estão as violências psicológica e emocional. O controle, a manipulação, a desvalorização sistemática e o isolamento da mulher minam sua autoestima, autonomia e capacidade de tomada de decisão. Muitas vezes, essas violências são internalizadas, levando à culpabilização da vítima, estados depressivos, ansiedade crônica, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e, em casos mais graves, ideação suicida.

Na clínica, é comum observar que a mulher que sofre violência pode não nomeá-la de imediato, o que exige do profissional uma escuta atenta e livre de julgamentos. A violência se manifesta muitas vezes em sintomas somáticos, queixas difusas ou em padrões relacionais disfuncionais. O reconhecimento da violência vivida pode ser um processo lento e doloroso, que envolve ressignificar crenças internalizadas sobre amor, gênero e poder.

Outro aspecto importante é o impacto intergeracional da violência. Mulheres que crescem em contextos onde a violência é naturalizada tendem a repetir ou tolerar padrões abusivos, não por escolha consciente, mas por condicionamentos inconscientes que precisam ser trabalhados com cuidado no setting terapêutico. A Psicologia, nesse sentido, tem um papel preventivo e restaurador.

O enfrentamento da violência contra a mulher, portanto, demanda um ohar subjetivo, singular e clínico. 🎯

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