Houve uma época em que nós, brasileiros, nos considerávamos cidadãos de segunda classe. Graças a Deus, isto mudou. Agora nossos compatriotas brilham no mundo inteiro, em palcos distintos, como a economia, as ciências, a política e etc. Lembro-me que a brazuquinha Jaqueline Lyra, cientista da poderosa Agencia Espacial Americana (NASA), em 1997, chamou a atenção de todos nós, ao fazer o robozinho Pathfinder, ‘acordar’ no planeta Marte, ao som do samba Coisinha Bonitinha do Pai, da Beth Carvalho.

Quem é da minha geração, deve estar achando bem diferente, ver os noticiários econômicos dos últimos dias, em que lemos a Presidenta do Brasil, Dilma Roussef, garantir que o governo dos Estados Unidos vai honrar o pagamento dos Títulos do Tesouro Americano. Se voltasse no tempo vinte anos e contasse que isto iria acontecer, depois de rirem até cair, me internariam num manicômio.

Mas este cantinho agora é para falar de heróis. Eles, lá do hemisfério norte, são cheios de heróis. Do Super Homem, aos soldados que recebem medalhas nas guerras. Felizmente nós não temos guerra, mas temos futebol, o que para muitos é quase a mesma coisa. E aqui vai a história de um jovem militar brasileiro, que tirava serviço no velho Maracanã, no dia 16 de julho de 1950. Era a final da única Copa do Mundo já realizada no Brasil. Tínhamos até então o seguinte retrospecto: 4 a 0, no México; 2 a 2 com a Suíça; 2 a 0 na Iugoslávia; 7 a 1 na Suécia e 6 a 1 na Espanha. O time era realmente maravilhoso. Os jornais que circularam na manhã de domingo, traziam a seleção com a faixa de campeão no peito.

Mas, um gol de Ghiggia, deu o título ao Uruguai e o Brasil chorou do Oiapoque ao Chuí. Porém aquele soldado de 17 anos, em suas lagrimas fez uma jura dentro do peito: VOU FAZER O BRASIL SORRIR ALGUM DIA. E fez. Alias, em quatro ocasiões com distinção. Trata-se de Mario Jorge Lobo Zagallo, o único homem que conquistou 4 Copas do Mundo em toda história.

Como torcedor do Botafogo, fico muito feliz, ao ver meu clube de coração prestar homenagens a este gigante, que vai ganhar uma estátua no Engenhão, segundo noticiou-se na mídia. Durante o dia em que completou 80 anos, 9 de agosto, a televisão trouxe diversas imagens que mostram o animo e a garra do velho lobo. Como é impressionante assistir antes da disputa de pênaltis com a Holanda, na Copa de 1998, ele indo de jogador a jogador, com as mãos cerradas e expressão séria, gritando: “nós vamos ganhar, nós vamos vencer”. É de arrepiar.

Como brasileiros, nossos heróis precisam matar um leão por dia. Apesar de já consagrado e respeitado por todo o planeta bola, aquelas antigas criticas de retranqueiro o perseguiam. Numa Copa América, depois de conquistar o título não agüentou e seu desabafo virou bordão nacional: “vocês vão ter que me engolir!”.

Perdoem-me as outras torcidas, mas só os torcedores do Botafogo podem dizer que nossa camisa já vestiu o Mestre Didi, o Anjo das Pernas Tortas, Garrincha e o Grande Herói Brasileiro, Zagallo.

Saudações alvinegras! Até a próxima.

  Carlinhos da Ponto 2