William Rimes

William Rimes

Prefaciar um livro é, deveras, honroso.

Neste caso, associa-se a generosidade do autor, William Rimes, meu confrade e grande amigo de muitos anos.
E ser amigo de William não é privilégio de poucos.
É justiça de muitos que têm a felicidade de aproximar-se dele. Sublime, mesmo, é analisar seu pensamento, ainda que superficial,
diante do turbilhão na sua profundeza.
Os três cânticos iniciais (do agradecimento. da esperança e da fé, em feitio de oração), têm semelhança e sentido dos três cânticos dos
israelitas no cativeiro da Babilônia e muito bem definido pelo autor:
“Os cânticos são como orações que revigoram a crença..”
BRINCANDO DE FAZ-DE-CONTA está, perfeitamente, enquadrado na magia simpática cromagniana.
O grande contista provido da acuidade mental que lhe é peculiar,
conseguiu o impossível – dialogar: com as coisas inanimadas.
O diálogo sincero, espontâneo e franco entre ambos, traduz, sem sombra de dúvidas, um alerta aos poluidores e destruidores da natureza, da nossa mãe natureza.
William Rimes, na agudeza de sua sensibilidade, ouve o estertorar do RIO que outrora assomou-se ás rochas qual um gigante de vogalhões. Depois, percebe a alma da FLOR “numa satisfação interna falando-lhe mais alto”. Encontra a FELICIDADE e pergunta a si mesmo se ela foi ouvida pelo seu coração. A HUMILDADE retrata William em sua plenitude. As palavras parecem saídas do coração. A LAGRIMA traduz o vórtice de su’alma. Os PÁSSAROS, no cativeiro, simbolizam o espirito libertário do autor. O reclamar e o clamor da CHUVA. O censurar das ÁRVORES. Tudo isto e porque não dizer mais do que isto, é um brado de alerta do nosso escritor e grande poeta William Rimes, tentando sensibilizar o homem no sentido da imperiosa necessidade de preservação da natureza, fonte de nossa vida e sustentáculo do nosso mundo. O ÁLBUM DE FOTOGRAFIAS representa o valor estimativo que temos pelas coisas (animadas e inanimadas). Quando este valor acaba, atiramos, de fato, tudo pela janela.
Finalmente, o autor, nas suas convicções, admite que tudo que ouviu em seus belos e significativos contos, tenha vindo do alto. “Se a voz veio de quem estou pensando, a coisa é muito séria e exige obediência”.
Belíssimo trabalho literário, enriquece a literatura brasileira e orgulha Itaocara pelo invejável talento de um dos seus maiores escritores e poeta.
Parabéns professor William.
Se continuar colocando o produto do alvor de sua privilegiada inteligência ao alcance nosso, muito lhe agradecemos.

Geomar Alves da Cunha
(Médico, poeta, escritor e membro da Academia Itaocarense de Letras, onde ocupa a cadeira n° 10, patronímica de Gamaliel Borges Pinheiro).

William Rimes, Cidadão Honorário de Itaocara desde 1979, aqui chegou no ano de 1940, tendo feito seus estudos
no G. E. Saldanha da Gama, em Itaocara, Colégio Miracemense, em Miracema, Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, em Nova Friburgo, e prestou provas para Professor perante uma Banca Examinadora da UFF (Universidade Federal Fluminense). Sua participação no Esporte, na Educação e na Cultura pode ser assim resumida: No Esporte: Foi jogador de futebol efetivo do União Esportiva Itaocarense e chegou a reforçar as equipes do Porto Alegre, de Itaperuna: Tupam e Ramenguinho, de Miracema; Paduano, de Pádua; Bandeirante, de Bom Jardim; Várzea, de Teresópolis; Suburbano, de Cambuci e Portela E. C., de Portela. Jogou Basquete e Futebol de Salão, e como atleta de Voleibol, chegou a ser convidado para integrar a seleção fluminense, no ano de 1957. Dirigiu a Liga Itaocarense de Desportos, em 1969 e, em 1970, como Técnico de Futebol, levou o União ao Título de Campeão Invicto do Município.
Na Educação: Foi Professor dos extintos Colégios, Itaocara e João Brazil, em Itaocara, Colégio Rui Guimarães de Almeida, em Pádua Colégio de Portela, em Portela e Ginásio de Aperibé, em Aperibé. Foi Secretário dos extintos Colégios Itaocara e João Brazil e Portela onde implantou o ensino de 2º Grau. De 1989 a 1992, exerceu as funções de Secretário Municipal de Educação e Cultura.
Na Cultura: Foi o criador e apresentador dos Festivais de Música Popular, pioneiro da região, e o apresentou de 1972 a 1989. Contando com a boa vontade de Abel Henriques Viégas, criou e possui o Arquivo Sonoro Cultura, depoimentos gravados que são parte da memória histórica de Itaocara. Foi colunista dos Jomais “O Lidador”, “O Nível” e “Jornal de Itaocara”. Como escritor e membro da Academia Itaocarense de Letras, já publicou os seguintes livros: “Itaocara de Minhas Saudades”, “Meditação – Monólogo em Tom Maior” e “União Cinquentão”. Está lançando “Bricando de Faz-de-Conta” e já tem prontos para serem publicados, a história do nosso Futebol e dos homens que o fizeram e nele militaram.