O Secretário Nacional da Juventude (que cargo é este?), foi exonerado, depois de dizer que deveria haver uma chacina por semana. Além disto, diversas pessoas, religiosas (inclusive) aplaudem seu coro. Para estes, se for “inimigo”, que morra. O grau de subdesenvolvimento das idéias em debate é tão grande, que chegam a traçar paralelos, entre os problemas do Sistema Único de Saúde (SUS) e o sistema carcerário.

Em minha opinião, burrice, é quando se vê que algo não dá certo por anos e anos, mas, mesmo assim, continuar achando que é a solução. Meus amigos, alguém tem a ilusão, de que no sistema carcerário nacional, quem manda é o Estado? Este sistema é o próprio inferno na Terra. Você quer que os presos morram? Fique tranqüilo. Seu desejo já está sendo satisfeito: eles morrem. Nos doze meses do ano, raramente há um dia, que um preso não morra. Morrer é pouco? Você quer que eles sejam torturados? Fique tranquilíssimo. Todos os dias os presos são torturados nas cadeias brasileiras. Apanham, sofrem abuso sexual, e etc. Ou seja, tudo aquilo que muita gente gostaria.

Ficou feliz agora? Não? O que foi? Continua pouco? Tinha que matar todo mundo? Então, sua solução seria pegar os 800 mil encarcerados e fuzilar? Dar licença as autoridades policias pra matar mais um milhão de bandidos nas ruas? Pra chegar a um número redondo, vamos logo matar cinco milhões de criminosos. Este número, cinco milhões, já lhe agrada? Se fizéssemos assim, depois de tanta gente morta, você acha mesmo que o Brasil seria menos violento? ACORDA!!!!!

Em nenhum país do mundo, com baixos índices de criminalidade, os bandidos são tratados com desumanidade. Pelo contrário. As notícias que nos surpreendem, sobre países que estão fechando presídios, por falta de sentenciados, são exatamente de nações que tratam seus presos com máxima dignidade. Já postei (diversas vezes) um vídeo, mostrando um presídio na Holanda. Se não me falam que é presídio, eu iria acreditar que era uma escola. Ao contrário do que o Bruno (e muita gente ruim como ele) pensa, presídios que tratam seus internos com dignidade, contribuem, decisivamente, para baixar a criminalidade. Ao retornar a sociedade, a grande maioria dos sentenciados está reintegrado.

No Brasil, quem manda nos presídios são as facções criminosas. O Juiz, ao enviar alguém pra prisão, transfere a custódia do detento, do Estado Constitucional, para a bandidagem instituída. Enquanto isto não mudar, podem matar cinco milhões, dez milhões, ou quinze milhões. Não importa o número da barbárie, nada vai resolver. A sociedade continuará refém da violência. Só vão gerar mais ódio e mais violência.

Os presídios deveriam ser construídos, separando os grandes chefes do crime organizado / os bandidos que cometem homicídios, estupros e crimes hediondos / os criminosos eventuais, como aqueles que numa discussão cometerem homicídios ou ladrões de pequena monta / e presídios especiais, para crimes como falta de pagamento de pensão alimentícia, acidentes de transito e coisas assim.

O Papa João Paulo II, disse num discurso: “A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, e a liberdade do ser humano”. Quem comete crimes deve ser punido na forma prescrita pela Lei. Uma vez que o cidadão seja levado ao presídio, o Estado não pode perder o controle sobre este. Lá dentro, deve haver ações para ressocializar. Assistência religiosa e oportunidade de estudar e trabalhar. O objetivo seria reverter o fato atual, de quem entra no sistema, quase sempre, voltar a cometer crimes. Quem entrar precisa desenvolver a consciência, de que deve tornar-se um homem ou mulher de bem. Exatamente como acontece nas nações que fecham presídios.

Fora isto. Estas soluções de pena de morte, de matar todos os presidiários, de licença para polícia atirar primeiro e fazer pergunta depois. Nada disto, nunca, em lugar algum do mundo, resolveu. Só aumentou e ampliou a oferta de violência. Não se iludam.

Ronald Thompon